Camisa de Força (The Jacket, EUA, 2006)

Elenco: Adrien Brody, Keira Knightley, Kjake Broder, Daniel Craig, Jennifer Jason Leigh, Kelly Lynch.
Direção: John Maybury

De todas as narrativas que surgem no cinema, fiquei muito fã (e já era por ser leitor da literatura fantástica e a mesma já trabalhar com esse tema) daquela que aborda a viagem no tempo, ou mesmo a fenda no tempo. Logo, quando vi ‘Camisa de Força’ na locadora, não hesitei e fui com curiosidade ver a película. Já tinha visto ‘Efeito Borboleta’, ‘Donnie Darko’ e muitos outros que não fogem à essa questão citada acima.

Resumidamente falando, o filme mostra um ex-soldado da Guerra do Golfo, Jack Starks (interpretado por Adrien Brody), que é acusado de um crime e vai para um hospício (no julgamento, ele é considerado como um réu de insanidade mental). No hospício, o paciente é tratado com violência e vive como uma cobaia para um teste de um dos médicos principais do lugar. Starks é amarrado em uma camisa de força e colocado numa gaveta (como aquelas de necrotério). A partir daí, passado e futuro se misturam, dando o gás para a trama do filme.

O longa metragem ainda embute uma crítica aos ex-combatentes de guerra, assim como mostra as mazelas do sistema em que loucos são colocados e tratados. Confesso que quase desliguei o meu aparelho quando Jack é colocado dentro da gaveta totalmente escura e todo imobilizado numa camisa de força; até mesmo quem não liga para claustrofobia, vai sentir ódio e repulsa pela situação que o personagem vive (embora seja ficção).

O papel de Brody e de Daniel Craig (outro louco do hospício) não estereotipam a loucura e nem a degradam. Soma-se a isso a interpretação da excelente atriz mirim Laura Murano – e olha lá se ela não aparecer em mais filmes de agora em diante. Keira Knightley fez de tudo para ficar com um sotaque americano, já que a atriz é inglesa (esse dado porque eu vi nos extras); aliás, tem certos filmes que valem a pena conferir seus extras, esse é um deles. Você vai ficar aliviado, pois vai ver as cenas deletadas e ver como o personagem de Starks iria sofrer muito mais; além de esclarecer alguma coisa que possa ter ficado em branco.

CUIDADO: PEQUENO SPOILER
Ponto negativo: acho que o diretor tenha dado à trama uma solução instantânea para o espectador (no meu parecer, o segredo/suspense do filme se configura rápido demais na tela). Um pouco mais de enigmas seria louvável. Se em ‘Efeito Borboleta’ você ficava pensando qual opção de voltar no tempo o personagem escolheria para, supostamente, melhorar sua vida, neste, tudo já segue um caminho certo, sem muita mudança, resta apenas saber como e de qual forma os incidentes e os fatos podem ocorrer; ou seja, aquilo vai acontecer mesmo, mas como será que Starks conseguirá reverter a situação (alerto, são dois filmes diferentes, apesar da minha comparação).

Um filme que fica acima da média. Nem sei se passou em nossos cinemas, só sei que o mesmo não teve uma propaganda e até me pegou de surpresa. Vai gerar muito bate-papo em fóruns e desencadear comunidades do Orkut. Se você é professor, sobretudo de Psicologia, é um bom filme para passar a seus alunos.

Nota: 7,2

3 comentários sobre “Camisa de Força (The Jacket, EUA, 2006)

  1. Lembro-me que assisti esse filme a uns anos atrás e ele sempre me chamava a atenção pela sua história e os atores envolvidos, realmente o filme é muito bom, mas quando acaba fica a sensação que falta alguma coisa para ficar na nossa cabeça como outros filmes como meu caro amigo Luciano citou de literatura fantástica ficaram no nosso inconsciente, mas eu recomendo para aqueles aficcionados pelo gênero.

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  2. Muito bom realmente! Lembro Luciano que vc me emprestou pra assistir e até comentei que é um daqueles filmes impactantes!

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  3. “…acho que o diretor tenha dado à trama uma solução instantânea para o espectador (no meu parecer, o segredo/suspense do filme se configura rápido demais na tela). Um pouco mais de enigmas seria louvável…”, pegando um trecho do teu texto, não acho que houve uma solução instantânea não, pra mim o filme terminou e ficou uma série de interrogações. Por exemplo, ele teria morrido logo no início do filme (durante a guerra) e tudo que vemos seria uma espécie de “o que teria acontecido se ele sobrevivesse?” ou aquilo tudo foi um sonho?. Tem outras questões relacionada ao filme que ficaram rodopiando em minha mente, mas como já tem um certo tempo que assisti não me recordo com mais clareza. Esse é um filme pra se assistir pelo menos umas duas vezes, e é o tipo de filme que gosto, porque termina a você fica tentando montar o quebra-cabeças. Gostei muito da fotografia do filme, da atuação da garotinha e do Adrien Brody e foi um filme que me surpreendeu, por tratar de um tema que me interessa: as realidades paralelas, viagens no tempo. Quanto à cena da gaveta, pra mim que tenho claustrofobia é realmente apavorante, me senti mal também. Tem um outro filme que tem uma cena de matar quem tem clautrofobia, Abismo do medo.

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