NOTA: 7,0
“Miserable e a sua tristeza em forma de música”
Em seu primeiro álbum sob a alcunha de Miserable, Kristina Esfandiari, que por algum tempo esteve à frente do grupo shoegaze Whirr, põe pra fora as dores de uma relação quebrada, através de nove canções de andamento lento, camadas de guitarras distorcidas agonizantes e letras confessionais.
O disco traz uma aura de tristeza típica das bandas sadcore, e se arrasta da primeira à última faixa num mesmo cadenciamento, o que pode sugar para baixo corações feridos por paixões destroçadas e perdas ao longo do caminho.
A música muitas vezes soará apenas como pano de fundo para que Kristina solte sua voz aveludada sobre o recorrente tema da dissolução amorosa.
Não é novidade, muitos artistas já o fizeram, com “Uncontrollable” a vocalista vem se juntar a esse “clube dos corações partidos”, numa produção bem intimista.
Para quem for provar essa trilha sonora “amarga”, uma pequena dose: “You’re the most spiteful person/I could never be/so when I hear your name around town/Hurts me/my stomach drops to the ground” (Você é a pessoa mais rancorosa/Que eu jamais seria/Então quando ouço seu nome pela cidade, fere-me/Meu estômago vai ao chão), em “Violet”.
Segundo Kristina, esse título para o álbum é porque essa é a palavra que melhor capta seus sentimentos no momento atual: “Compor o álbum foi uma tentativa de me libertar do sentimento de traição, rejeição e profunda tristeza”.
Trazer dores pretéritas à tona é algo bem doloroso, colocar esses sentimentos em um disco é eternizar algo que machuca, que todos buscam esquecer. Ao mesmo tempo é uma forma de purgar essas dores, Kristina teve a coragem de fazê-lo sem pieguices e sem meias palavras.
PARA FÃS DE: Mazzy Star, Sun Kil Moon, Red House Painters, Codeine, Low, Shores
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